
04 de dezembro de 2017
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ICosmetologia
Microagulhamento
Mecanismo de Ação da Técnica e Principais
Benefícios
Dentre as estratégias para aumentar o fornecimento de ativos para as diferentes camadas da pele, principalmente as mais profundas, o microagulhamento se mostra como uma boa alternativa. Além de aumentar a permeação de ativos, esta técnica estimula os mecanismos regeneradores naturais do corpo, sendo uma opção de tratamento para várias disfunções estéticas da pele, como cicatrizes de acne, rejuvenescimento facial, estrias e lipodistrofia ginoide. (Ramaut et al., 2017).
O microagulhamento induz a produção de colágeno na pele a partir de um estímulo mecânico, por meio de um rolo composto por microagulhas. O rolo é de polietileno e composto por agulhas de aço inoxidável e estéreis, as quais são posicionadas proporcionalmente em fileiras, totalizando entre 192 e 540 unidades. O comprimento das microagulhas varia de 0,25 mm a 2,5 mm de diâmetro (LIMA, LIMA E TAKANO, 2013)
Segundo Lima, Lima e Takano (2013), o mecanismo de ação da técnica é dividido em três etapas: indução percutânea de colágeno, cicatrização e maturação.
Indução Percutânea de Colágeno
Nesta primeira etapa ocorre a perda da plenitude da barreira cutânea, tendo como objetivo a desagregação dos queratinócitos, o que permite a liberação de citocinas, como interleucina – 8 (IL- 8), interleucina – 6 (IL-6), TNF – a e interleucina 1a (IL-1a), predominando esta última. As citocinas promovem uma vasodilatação dérmica, além da migração de queratinócitos para fins de restauração do dano epidérmico.
Cicatrização
Na segunda fase, a de cicatrização, ocorre à proliferação celular, ou seja, a troca de neutrófilos por monócitos, ocorrendo a angiogênese, a epitelização e a proliferação de fibroblastos, subsequente à produção de colágeno o tipo III, elastina, glicosaminoglicanos e proteoglicanos. Simultaneamente, o TGF – a e o TGF – ß (fatores de crescimento dos fibroblastos) são liberados pelos monócitos. Em média, cinco dias após a injúria, a matriz de fibronectina está completa, viabilizando o depósito de colágeno abaixo da camada basal da epiderme.
Maturação
E, por fim, na terceira fase, a de maturação, ocorre uma lenta substituição do colágeno tipo III pelo colágeno tipo I, que é mais duradouro, podendo permanecer de cinco a sete anos. O tecido é, portanto, regenerado e se obtém a melhora da aparência da pele.
Outra função da técnica de migroagulhamento é potencializar a permeação de princípios ativos cosmetológicos por meio de microcanais que facilitam a absorção do ativo de forma eficaz, podendo aumentar a penetração de moléculas maiores em até 80%. Sendo assim, é possível afirmar que a ação combinada do migroagulhamento e de ativos cosméticos podem potencializar os resultados
Vantagens do Microagulhamento
• O procedimento permite estímulo
na produção de colágeno sem remover a epiderme;
• O tempo de cicatrização é mais
curto, e o risco de efeitos colaterais é reduzido em comparação ao de técnicas
ablativas;
• A pele se torna mais resistente e
espessa, divergindo de técnicas ablativas, em que o tecido cicatricial
resultante está mais sujeito ao fotodano;
• Possibilita a administração de
ativos que colaborarão com a produção de colágeno;
• Adequado para indivíduos com
fototipos elevados;
• Tem sua indicação ampliada a
todos os tipos e cores de pele, bem como pode ser utilizada também em áreas de
menor concentração de glândulas sebáceas;
• Baixo custo quando comparado ao de procedimentos que exigem tecnologias com alto investimento.
Conclusão
Conclui-se que a técnica de microagulhamento se mostra eficaz em diversos tratamentos estéticos, seja pela permeação de ativos ou pela estimulação de colágeno, quando este é utilizado isoladamente. Além disso, pode-se dizer que a associação da técnica com diversos ativos proporcionou a otimização dos resultados, bem como baixo custo e fácil aplicação se comparada aos demais tratamentos existentes no mercado. No entanto, vale ressaltar aqui a necessidade de mais pesquisas sobre o tema.
Referências Bibliográficas
Ramaut L1, Hoeksema H2, Pirayesh A3, Stillaert F2, Monstrey S2. Microneedling: Where do we stand now? A systematic review of the literature. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2017 Jun 17.
Lima, E. V. A.; Lima, M. A.; Takano, D. Microagulhamento: estudo experimental e classificação da injúria provocada. Surgical & Cosmetic Dermatology, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 110-114, abr./jun. 2013.
Angélica Aparecida de LIMA; Thaís Helena de SOUZA e Laura Cristina Esquisatto GRIGNOLI. Os Benefícios do Microagulhamento no Tratamento das Disfunções Estéticas. Revista Científica da FHO|UNIARARAS v. 3, n. 1/2015.
Ramaut L1, Hoeksema H2, Pirayesh A3, Stillaert F2, Monstrey S2. Microneedling: Where do we stand now? A systematic review of the literature. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2017 Jun 17.
Para conhecer mais sobre o prof. Lucas Portilho, visite o Instagram - @lucasportilhooficial
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