
07 de julho de 2025
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ICosmetologia
O tratamento do melasma sempre foi um grande desafio para nós, profissionais da área da cosmetologia e dermatologia. Embora o uso da hidroquinona, muitas vezes em associação com retinoides e corticóides, seja considerado o padrão ouro, ele não está isento de efeitos colaterais importantes — como eritema, irritação, ressecamento e, em casos mais graves, a temida ocronose exógena ou leucomelanodermia em confete. Por isso a busca por alternativas mais seguras e bem toleradas, como o ácido kójico, o ácido tranexâmico e, mais recentemente, a cisteamina.
Um estudo clínico recente, publicado em
março de 2025 no periódico Cureus, comparou diretamente duas dessas
alternativas: a cisteamina a 5% e o ácido kójico a 2%, avaliando sua eficácia e
segurança em mulheres indianas com melasma facial.
O estudo:
metodologia e objetivos
Resultados
principais
Ao final das 16 semanas, os dois grupos
apresentaram melhora clínica significativa, mas a cisteamina demonstrou uma
leve superioridade numérica:
Embora os dados não tenham sido estatisticamente significativos, é importante ressaltar que nenhum dos grupos apresentou efeitos adversos relevantes durante o estudo — reforçando a segurança de ambas as abordagens.
Interpretação e
aplicação prática
Para nós, formuladores e prescritores, esses dados são extremamente valiosos. A cisteamina, por sua ação inibidora da tirosinase e modulação de vias redox envolvidas na melanogênese, vem se consolidando como um ativo promissor, principalmente para pacientes que não toleram a hidroquinona ou que desejam uma abordagem de manutenção mais segura.
Já o ácido kójico é um velho conhecido:
bem tolerado, eficaz em muitos casos, e frequentemente usado em associações com
outros despigmentantes. O estudo mostra que, embora ambos tenham resultados
semelhantes, a cisteamina pode oferecer um leve benefício adicional, o
que é clinicamente relevante em pacientes com melasma crônico e recalcitrante.
Conclusão
Este estudo reforça algo que já vínhamos observando na prática clínica: a cisteamina a 5% é uma excelente alternativa ao ácido kójico a 2%, com segurança e eficácia semelhantes — e, em alguns casos, até superiores.
Para quem formula ou prescreve, vale considerar a inclusão da cisteamina em protocolos noturnos, especialmente em pacientes que desejam resultados sem os riscos associados à hidroquinona. E para nós, que buscamos constantemente opções baseadas em evidência, é mais uma ferramenta bem-vinda no arsenal contra o melasma.
Se você quer entender melhor como
formular com cisteamina ou deseja ter acesso a protocolos completos de
clareamento baseados em evidência, acompanhe o blog e nossas próximas aulas!
Abraços!
Lucas Portilho
—
Referência: Patil R, Dhoot
D, Balasubramanian A, Patil S, Barkate H. Comparison of the Effectiveness
and Safety of 5% Cysteamine and 2% Kojic Acid Creams in the Treatment of
Melasma in Indian Adult Females. Cureus. 2025 Mar 28;17(3):e81330. doi:
10.7759/cureus.81330.
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