16 de setembro de 2020
|
ICosmetologia
Todos nós já ouvimos falar sobre os
famosos “metais pesados”, mas
afinal de contas, o que eles causam na nossa pele?
O cádmio e níquel, por exemplo,
levam ao estresse oxidativo, lesão de DNA e alteração em proteínas da pele. O
níquel, especialmente, leva a um aumento das colagenases, resultando em maior
quebra das proteínas da matriz extracelular e consequente perda da
elasticidade. Pode causar alergias e redução da proliferação de queratinócitos.
O que acontece com a pele
exposta a metais pesados?
Pesquisadores franceses usaram um
modelo ex vivo para avaliar o efeito de
uma combinação de metais pesados (níquel, chumbo, mercúrio e cádmio).
Foram encontradas diferenças
significativas na morfologia da pele exposta aos metais pesados:
· Espongiose (edema intercelular)
· Cariopinose: condensação
irreversível da cromatina no núcleo de uma célula em necrose ou apoptose
· Desprendimento de células da
epiderme
· Redução da densidade de colágeno
O aumento do estresse oxidativo foi
uma das principais causas do desencadeamento dos fenômenos descritos acima.
Por
que metais pesados danificam a barreira cutânea?
O principal motivo
descoberto pelos pesquisadores foi a dramática redução de desmogleina e
loricrina, duas proteínas importantes que garante a adesão entre os
queratinócitos e controlam o processo de descamação. Uma vez que os metais
pesados desregulam essas proteínas, a pele, pra ser mais específico a epiderme,
perde a capacidade de manter o turn over celular de forma
sadia.
Metais
pesados desarmam as defesas naturais das nossas células da pele
Contra o estresse
oxidativo, nossas células tem um sistema de formação de antioxidantes
endógenos, como glutationa peroxidase, catalase, superóxido dismutase e metalotioneína.
Na presença de metais pesados, esperaríamos um aumento desse sistema de defesa
para combater dano oxidativo, mas o que os pesquisadores mostraram foi uma
redução da capacidade de formação do nosso sistema redox de defesa.
Observem nas figuras
abaixo a diferença na pele controle e na pele exposta aos metais pesados. É
notável a diferença morfológica na junção dermo-epidermal, percebam como ela
está mais lisa na figura B.
Até
onde os metais penetram na nossa pele
· Níquel: penetra e
acumula na derme.
· Mercúrio: acumula
na epiderme. Não chega até a derme.
· Cádmio: acumula na
epiderme. Não chega até a derme.
· Chumbo: encontrado
tanto na epiderme quanto na derme.
Como
evitar o contato desses metais com a pele?
Existem duas
estratégias que podem ser usadas nos produtos dermocosméticos que reduzem o
impacto de poluentes com a pele.
São três estratégias
que recomendo:
1. Criar um filme
protetor, uma barreira física que impede o contato dos poluentes com a pele.
Gosto do Filmexel, Skin blitz ou Belsil REG 1102.
2. Mesmo com a
proteção do filme físico, parte desses metais podem chegar até a pele e neste
caso, recomendo ingredientes com potencial antioxidante para combater as
espécies reativas de oxigênio formadas. Aqui temos várias opções, desde
vitamina C, Vitamina E, ácido ferulico e extratos vegetais.
3. Aumentar nossas
defesas e formação de sistema antioxidante endógeno. Gosto do resveratrol e
hidroxitirosol.
Portanto, esse
inimigo invisível da pele pode causar um grande estrago e com a cosmetologia
podemos reduzir o impacto causado por metais pesados.
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