05 de junho de 2018
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ICosmetologia
MELANINA
A melanina é responsável pela coloração da pele e do
cabelo, e é amplamente conhecida por sua capacidade de absorver energia da luz
ultravioleta (UV), reduzindo assim o dano ao DNA. Além disso, possui alto
potencial antioxidante que atua na eliminação das espécies reativas de oxigênio
(ROS). Sua síntese, processo conhecido como melanogênese, ocorre
predominantemente nos melanossomas, que são produzidos por células dendriticas
na camada basal da epiderme, denominados como melanócitos.
Existem diversas formas de melanina, sendo as mais comuns:
feomelanina, que inclui tons de amarelo, vermelho e castanho claro; eumelanina, confere tonalidade marrom
escuro a negro. Ambas não diferem apenas na cor, mas também no tamanho, formato e embalagem de seus grânulos e derivam
de uma via comum dependente da tirosinase com o mesmo precursor, a tirosina.
A tirosina é um aminoácido que serve de substrato para a enzima tirosinase, onde ocorre sua hidroxilação a 3,4-dihidroxifenilalanina (DOPA) e logo é oxidada a DOPAquinona. Após sua produção dentro dos melanossomas, é transferida aos queratinócitos por uma variedade de mecanismos, onde será transportada e degradada. A formação, a maturação e o tráfico de melanossomas são fundamentais para a pigmentação, e os defeitos neste processo levam a despigmentação.
MELASMA
O melasma
é uma hipermelanose crônica adquirida na pele, caracterizada por máculas de
coloração marrom com contornos irregulares em regiões fotoexpostas, principalmente
na face, e está associado à vários fatores etiológicos, como exposição solar, gestação,
distúrbios endócrinos, uso de contraceptivos orais, drogas fotossensibilizantes
e predisposição genética.
Favorece
fototipos intermediários e indivíduos de origem oriental ou hispânica que
habitam áreas tropicais. No entanto, predomina no sexo feminino, sendo mais comum
em mulheres adultas em idade fértil, podendo, porém, iniciar-se pós-menopausa,
e ocorre com menos frequência no sexo masculino.
Dentre
os muitos fatores associados ao melasma, a radiação UV e a exposição à luz
visível são as causas mais importantes no seu desenvolvimento e agravamento. A
exposição à radiação UV gera a peroxidação dos lipídeos da membrana celular,
formando ROS que levam os melanócitos a produzir uma quantidade exacerbada de melanina,
ocasionando o melasma.
PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS
Peelings
Um dos
recursos utilizados para melhorar a qualidade da pele são os peelings químicos,
procedimento eficiente para tratar várias disfunções e transtornos estéticos,
onde se faz uso de algumas substâncias, como ácido glicólico, retinóico,
tricloroacético e fenol, por exemplo, que promovem a esfoliação cutânea e
estimulam a renovação celular.
Como
resultado, ocorre a descamação da pele obtendo aspecto jovial e reduzindo as manchas.
Os peelings são classificados em quatro grupos de acordo com sua profundidade:
muito superficiais, superficiais, médios e profundos. Quanto mais profundo,
mais visíveis serão os resultados, porém os riscos e o desconforto no período
pós-procedimento podem aumentar significantemente.
Microagulhamento
O
microagulhamento induz a produção de colágeno na pele a partir de um estímulo
mecânico, por meio de um rolo composto por microagulhas. O rolo é de
polietileno e composto por agulhas de aço inoxidável e estéreis, as quais são
posicionadas proporcionalmente em fileiras, totalizando entre 192 e 540
unidades. O comprimento das microagulhas varia de 0,25 mm a 2,5 mm de diâmetro
(LIMA, LIMA E TAKANO, 2013)
Esta
técnica é uma estratégia para aumentar a permeação de ativos para as diferentes
camadas da pele, principalmente as mais profundas, sem danificar a epiderme.
Além disso, estimula os mecanismos regeneradores naturais do corpo (Ramaut et al., 2017).
As pequenas agulhas atingem a derme papilar e reticular, onde ocorre uma microlesão da barreira epidérmica, acarretando em um estimulo de TGF ß3, demonstrando a atividade não inflamatória do processo cicatrizante.
Laser
de Corante Pulsado (PDL) e Luz Intensa Pulsada (IPL)
O
embasamento científico sugere que as interações entre a vascularização cutânea
alterada e os melanócitos influenciam no desenvolvimento da hiperpigmentação,
demonstrando que a maior vascularização é uma das causas, desempenhando um
papel importante na patogênese do melasma. O PDL tem como alvo o componente
vascular em lesões de melasma, diminuindo assim a estimulação dos melanócitos e
recaídas subsequentes (Hassan et, al,. 2018).
A IPL emite
um amplo espectro de luz na faixa de 400-1200 nm, onde atinge os cromóforos da
pele, incluindo a melanina, hemoglobina e água, portanto pode tratar com
sucesso o pigmento epidérmico e o componente vascular.
Referências
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ahead of print].
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