
06 de novembro de 2017
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ICosmetologia
Estrutura da Pele
A
derme, estrutura responsável por dar suporte à epiderme, é constituída
essencialmente por tecido conjuntivo: fibroblastos, colágeno, microfibrilas,
elastina e peptideoglicano. Os fibroblastos são responsáveis pela firmeza e
elasticidade da pele, mantendo o equilíbrio dinâmico entre a síntese de novas
microfibrilas e a degradação das antigas (devido à ação das metaloproteinases
de matriz (MMPs)). Em pessoas saudáveis, a ação da gravidade e linhas de
expressão é percebida somente quando há perda significativa da elasticidade e
firmeza da pele, geralmente causada pela idade ou fotoenvelhecimento.
Em
peles maduras, há uma perda da eficiência do metabolismo de fibroblastos, que
passam a produzir um número menor de microfibrilas. A exposição à UVA é
responsável pelo aumento da expressão de MMPs em fibroblastos, aumentando,
assim, a taxa de degradação das microfibrilas, levando à perda da firmeza.
Fatores de Envelhecimento
Cutâneo
O
envelhecimento da pele ocorre devido à combinação de fatores intrínsecos e
extrínsecos.
O
envelhecimento intrínseco é decorrente das mudanças naturais do organismo
causado com o passar dos anos, sem a interferência de agentes externos. O envelhecimento
cutâneo cronológico (ECC) é um dos aspectos, genéticos ou patológicos da pele e
embora apresente, certo sincronismo não ocorre necessariamente ao mesmo tempo
que o envelhecimento dos demais tecidos do organismo humano.
O
envelhecimento extrínseco ou actínico é causado por fatores externos como
poluição, sol, temperatura ambiente, gravidade, e outros. Dentre estes fatores
podemos destacar o fotoenvelhecimento decorrente do efeito da radiação
ultravioleta do sol (UVA, UVB e UVC), a qual é responsável por danos
estruturais na pele que alteram a sua pigmentação, provocando manchas,
enrugamento ocasionado por danos nas fibras de colágeno e elastina; além de
estimular a formação de radicais livres reativos que danificam a estrutura
celular. O sol, que propicia momentos de prazer e que dá o bronzeado
considerado como modelo de saúde e beleza, é também o principal responsável
pelo envelhecimento cutâneo, pois sua ação acumulativa provoca o envelhecimento
extrínseco pronunciado.
Principais Alterações da Pele
Envelhecida
Independentemente
das causas do envelhecimento da pele, há características importantes da pele
envelhecida que devem ser consideradas. Estas alterações ocorrem em toda a
extensão da epiderme, derme e tecido subcutâneo, e podem resultar em alterações
de longo alcance na topografia da pele.
Com
o decorrer do tempo, a pele perde a sua exuberância devido à diminuição da
síntese de colágeno, de elastina, e de outras macromoléculas de defesa do nosso
organismo que são responsáveis pela regeneração e pela proteção das células. As
principais alterações que podemos observar em uma pele envelhecida são:
Epiderme
A
espessura do estrato córneo fica inalterada com o envelhecimento;
A
junção da epiderme e a derme também ficam alteradas com a pele envelhecida;
A
epiderme envelhecida exibe um achatamento da junção dermoepidérmica (JDE) com
uma área da superfície de conexão correspondentemente menor.
Derme
Os
indivíduos com 65 anos de idade ou mais demonstram uma perda de aproximadamente
20% da espessura da derme;
A
derme envelhecida é relativamente acelular e avascular;
A
derme envelhecida caracteriza-se por alterações na produção de colágeno e
desenvolvimento de fibras elásticas fragmentadas;
A
derme exposta à luz ultravioleta também demonstra desorganização das fibrilas
colágenas e acumulação de material contendo elastina anormal.
Os
três componentes da derme que receberam mais atenção na pesquisa
antienvelhecimento são o colágeno, a elastina, os glicosaminoglicanos e os
fibroblastos. A tabela abaixo apresenta as principais alterações que ocorrem em
uma pele envelhecida, nesses componentes da derme.
Outros Fatores:
Vascularização
A
pele envelhecida é relativamente avascular;
Há
uma redução de 35% na área de secção transversa venosa na pele envelhecida em relação
a pele jovem;
A
redução da vascularidade resulta em fluxo sanguíneo diminuído, troca diminuída
de nutrientes, termorregulação prejudicada, temperatura mais baixa da
superfície da pele e palidez da pele.
Menopausa
Durante
a menopausa, uma baixa concentração de estrogênio é responsável pelo aumento da
permeabilidade e diminuição do tônus vascular, levando a um dano da
microcirculação. Os efeitos da deficiência de estrogênio no tecido conectivo
incluem uma diminuição da produção e do conteúdo de colágeno tipo I e III e
fibras de elastina, contribuindo também para a formação da celulite (Leszko,
2014).
Envelhecimento por
Espécies reativas de oxigênio e por AGEs
As
espécies reativas de oxigênio têm sido implicadas em desordens cutâneas que
acarretam em um processo mais acelerado do envelhecimento cutâneo. (Buonocore et al., 2015).
Os
AGEs (produtos finais da glicação avançada) constituem grande variedade de
substâncias formadas a partir de interações entre açúcares redutores ou
lipídeos oxidados e proteínas, aminofosfolipídeos ou ácidos nucleicos (Barbosa et al., 2008).
Os
efeitos patológicos dos AGEs estão relacionados à capacidade destes compostos
de modificar as propriedades químicas e funcionais das mais diversas estruturas
biológicas. Por meio da geração de radicais livres, da formação de ligações
cruzadas com proteínas ou de interações com receptores celulares, os AGEs
promovem, respectivamente, estresse oxidativo, alterações morfofuncionais e
aumento da expressão de mediadores inflamatórios (Barbosa et al., 2008).
Raios UVA/UVB
De
acordo com estudo conduzido por Mahmoud et
al. (2008), tanto a radiação UVA quanto a luz visível são capazes de
promover pigmentação imediata da pele através da ativação da melanina e da
oxi-hemoglobina.
Com
relação ao dano oxidativo, os raios UVA, quando comparados aos raios UVB, é o
principal gerador de radicais livres na pele, com potencial 10 vezes maior na
peroxidação lipídica. De acordo com
Mahmoud et al. (2008), a radiação UVA
é responsável por cerca de 67% da geração de radicais livres no estrato córneo,
enquanto que a luz visível corresponde a 33% restantes.
A
produção de radicais livres é um importante fenômeno fotobiológico relacionado
à radiação solar. O dano oxidativo provocado pela radiação solar é o principal
responsável pelo fotoenvelhecimento, provocando a elastose e também as
alterações pigmentares.
Proteínas da Longevidade
As
sirtuínas (SIRTs) compreendem 1 das 4 classes das histonas desacetilases
(HDACs; I-IV), que desempenham papéis importantes em diversas funções
celulares. O papel dessas proteínas na dermatologia ainda não está totalmente
esclarecido, mas seu papel na extensão da vida celular está cada vez mais
claro, sendo conhecidas como “proteínas da longevidade” (Garcia-Peterson et al., 2017).
Elas
interagem com fatores comprovadamente envolvidos no aumento da vida celular:
17 de abril de 2025
08 de abril de 2025
31 de março de 2025
27 de março de 2025
24 de março de 2025
27 de fevereiro de 2025
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