
16 de junho de 2025
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ICosmetologia
Hoje eu trago um estudo importante e que tenho destacado
em vários artigos no tratamento do melasma.
Você provavelmente já conhece o ácido tranexâmico
(TXA) oral como uma das terapias adjuvantes mais utilizadas para tratar melasma
refratário.
Mas e se eu te dissesse que, além da melhora
clínica da hiperpigmentação, o TXA também reduz inflamação sistêmica?
Foi exatamente isso que mostrou um estudo recente publicado agora em maio de 2025 no Journal of Cosmetic Dermatology.
O
que os pesquisadores investigaram
O estudo foi feito 80 pacientes com melasma e
80 controles saudáveis, avaliando o uso de ácido tranexâmico oral
(500 mg/dia por 3 meses). O objetivo foi observar não só a melhora clínica
usando uma escala famosa de avaliação da severidade e área do melasma, chamado MASI
(Melasma Area and Severity Index), mas também o impacto sobre marcadores
inflamatórios sistêmicos, como:
·
Monócitos
·
Neutrófilos
·
Linfócitos
·
HDL
(colesterol de alta densidade)
·
MHR (Monocyte-to-HDL Ratio)
·
MLR (Monocyte-to-Lymphocyte
Ratio)
·
NLR
(Neutrophil-to-Lymphocyte Ratio)
Curiosos sobre o resultados?
Houve uma redução de 65,1% no índice MASI,
passando de 12,9 para 4,5 pontos (p < 0.001).
?? Mas o que realmente chama a atenção
foi a modulação inflamatória sistêmica:
·
Redução
significativa de monócitos, neutrófilos, MHR, MLR e NLR
·
Aumento
de linfócitos e HDL
Além disso, a análise de regressão apontou o NLR
e o HDL como preditores importantes da resposta terapêutica. Isso
significa que esses marcadores podem ajudar a monitorar a eficácia do
tratamento — o que é muito relevante para nós, prescritores.
Por
que isso importa?
Sempre falamos que o melasma é muito mais do que
uma mancha. É uma condição multifatorial, com forte componente inflamatório,
vascular e hormonal. Esse estudo reforça que o TXA age não apenas na
inibição da plasmina, mas também modulando o ambiente inflamatório sistêmico do
paciente.
Ou seja, o TXA atua de dentro para fora,
beneficiando também a homeostase imune do organismo — um fator pouco discutido
nas condutas tradicionais.
Esse artigo contribui para um
raciocínio clínico mais individualizado e biomarcador-orientado. Avaliar o NLR e o HDL do
paciente pode nos dar pistas não apenas sobre a inflamação de base, mas também
sobre a probabilidade de resposta terapêutica ao TXA oral.
É mais um passo rumo a uma
dermatologia personalizada, baseada em dados objetivos.
Vale a pena a leitura!
abraços!
Referência:
Demirbas A, Demirbas GU, Diremsizoglu E, Esen M. Dual Benefits of Oral Tranexamic Acid: Reducing Melasma Severity
and Inflammation. J Cosmet Dermatol. 2025 May;24(5):e70257. doi: 10.1111/jocd.70257.
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