20 de janeiro de 2022
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ICosmetologia
A pandemia mexeu nos hábitos de beleza do consumidor.
O aumento dos cuidados com a pele e os cabelos fez desses
segmentos carros-chefes na área, diz Adrien Denavit, diretor geral da Divisão
de Produtos de Grande Público da L’Oréal Brasil, que inclui as marcas L’Oréal
Paris, Maybelline NY, Garnier, Niely e Colorama.
Com foco em inovação e em ampliar a oferta de produtos —
cremes faciais para pele negra e opções com preços abaixo de R$ 100 — a divisão
teve crescimento duas vezes mais acelerado que o do mercado este ano, diz o
executivo. O Brasil é um impulsionador do crescimento da L’Oréal globalmente.
Como avança a empresa no pós-pandemia?
Tivemos crescimento acelerado em 2020. E neste ano estamos
crescendo duas vezes mais rápido que o mercado. Isso se explica pela capacidade
de trazer inovações, atendendo a tendências pedidas pelo consumidor, com
prioridade em cuidados da pele e capilar, mas também em maquiagem, que está
voltando com força.
Houve muitas mudanças na pandemia. Mas as maiores ficam para
o pós-Covid. Há tendência maior de autocuidado, que vai além da aparência, tem
muito a ver com autoestima, bem-estar.
No capilar, houve explosão de tratamentos. Este ano, Elseve
teve crescimento espetacular, com destaque para o creme noturno, que reflete a
rotina mais sofisticada em casa.
A Elseve Hidra Hialurônico, lançada este ano, tem esse
produto para cacheadas, para cuidar dos cabelos à noite. Veio a tendência de
pintar o cabelo em casa. E vamos fechar 2021 com coloração acima do patamar de
2019. Já cuidado da pele teve o maior crescimento em cinco anos em 2020, quando
o mercado massivo cresceu em torno de 20%. Este ano se manteve ao redor disso.
Mesmo categorias como maquiagem e esmaltes têm retorno
relevante este ano. Colorama já supera o patamar pré-Covid. No acumulado até
setembro, o CEO da companhia foi muito claro indicando o Brasil como um grande
motor de crescimento no mundo para a L’Oréal.
A maquiagem é ‘matte’ (fosca)?
Exatamente. Entre os batons, nossa estrela é o Matte Ink, de
Maybelline. E (maquiagem para) toda a parte acima da máscara, como delineador e
máscara para cílios. Foram as categorias mais protegidas na pandemia e que
seguem com demanda ainda maior.
Tem uma pesquisa da (consultoria) Mintel, que mostra que 51%
das consumidoras dão mais valor às marcas que se comprometem além do produto.
Diversidade e inclusão,reconhecer a sua identidade na marca e toda a questão
racial.
Há maior aceitação de cabelos cacheados e crespo, mudança no
skincare (cuidado da pele), com protetores com tons para a pele negra. São
pontos que puxam esse aquecimento da categoria, tanto na L’Oréal Paris quanto
na Garnier, com o Uniform & Matte, protetor hidratante com cor que foi
cocriado com a Iza (a cantora é embaixadora da marca), para responder à demanda
cada vez maior de mulheres negras. L’Oréal Paris tem uma questão de empoderamento
feminino.
Este ano lançamos um projeto que se chama Stand up, em
parceria com uma ONG, contra o assédio sexual em espaços públicos.
Sustentabilidade é outro compromisso que as pessoas valorizam muito.
Ter produtos mais acessíveis abre o mercado?
A brasileira já tem uma das rotinas mais sofisticadas do
mundo na categoria capilar. E acrescentou muito ao negócio de máscaras faciais,
creme de tratamento, creme para pentear.
De outro lado, o cuidado facial tem muito crescer. A
consumidora brasileira começa a descobrir isso. O sérum antimarcas da Garnier,
lançado este ano, atraiu 80% das novas consumidoras da marca. Ficar em casa fez
a pessoa se autocuidar.
E nós da L’Oréal Grande Público temos o papel de
democratizar de maneira mais massiva o melhor da beleza. As marcas de Garnier
têm a missão de, abaixo de R$ 100, trazer o melhor da tecnologia L’Oréal. A
consumidora é muito especializada, mas tem menos paciência. Ela quer resultados
visíveis e rápidos.
A falta de produtos adequados à pele, à cor e ao bolso
explicam o pouco uso em algumas categorias?
Sim. Em 2020, investimos mais de € 1 bilhão em pesquisa e
inovação (globalmente). Há um centro de pesquisa aqui no Rio, um dos mais
modernos do mundo, que se inspira em tendências e lançamentos internacionais,
mas as adaptando para as brasileiras.
A linha Elseve Hidra Hialurônico fez ganhar muita
participação (segundo dados da Nielsen), ultrapassando um dos principais
concorrentes históricos da marca, e quase agora nos tornando líderes da
categoria. Em pele há duas tendências.
Tem a questão do tom. A L’Oréal mapeou tons de pele
mundialmente. E temos 66. No Brasil, estão 55 deles. Então, é preciso ter um
conhecimento profundo para definir os tons para ser relevante para a
consumidora.
Outra coisa é o clima, o tipo de pele da brasileira, muito
mais oleosa. E aqui temos um esforço grande de adaptar as texturas. A L’Oréal
Paris é líder na categoria água micelar, outro tipo de textura super relevante
para a consumidora brasileira.
Em cabelo, o grupo listou oito tipos no mundo. No Brasil,
temos todos eles. Por isso, o grupo definiu o Brasil como tendo o
consumidor-piloto.
É um desafio ajustar o portfólio ao poder de compra em meio
à inflação em alta?
A L’Oréal Grande Público tem essa missão de democratizar (o
acesso a produtos de beleza) como já falei. A gente democratiza o melhor da
beleza. O nosso foco é na classe média, e temos a força de ter um portfólio com
marcas bastante complementares.
A L’Oréal Paris para ter o luxo acessível, trazer toda a
ciência do grupo de maneira mais eficiente, com um sortimento. Depois, tem
Garnier que vai chegar a um target mais jovem.
Maybelline vai trazer os produtos de nova YorK e temos
marcas locais, que fizemos aquisições, como Nielly e Colorama. Têm também um
preço mais acessível para chegar a todas as consumidoras de poder aquisitivo
menor. Isso faz a força para o crescimento.
Fonte: O Globo
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