26 de fevereiro de 2020
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ICosmetologia
A coceira é uma condição que
incomoda as pessoas e impacta na qualidade de vida. A coceira crônica é aquela
que dura mais de 6 semanas e está sempre acompanhada de alterações cutâneas
como xerose, dermatite atópica ou disfunções no fígado ou rim.
Sabemos que a histamina liberada é uma das principais causas da coceira, porém os anti-estamínicos nem sempre funcionam. Não adianta utilizarmos essa classe de medicamentos se não reparamos uma condição mais importante, a função barreira da pele. Essa função barreira pode ser danificada por inúmeros fatores e posso citar alguns, como poluentes, temperatura, umidade e fatores genéticos como alteração na expressão da filagrina.
·
Mais
coceira significa mais pele lesada
Aqui
fica muito fácil de entendermos. A pele está com a barreira comprometida e ao
sentirmos coceira, o simples ato de coçar, dependendo da intensidade, gera mais
lesão levando a uma piora no quadro clínico. Resultado, a pele que já estava
danificada fica mais machucada e a inflamação potencial pode piorar ainda mais
o quadro.
·
Quanto
mais envelhecemos maior o risco de xerose
A idade é um fator que contribui para sentirmos mais coceira. A xerose é uma disfunção que afeta cerca de 50% da população acima dos 65 anos de idade. Na pele do idoso, essa doença está relacionada com as alterações dos lipídeos da epiderme, variação do pH, alteração nas proteases e nas glândulas sudoríparas.
·
Doenças inflamatórias, dano de barreira
e coceira
Doenças como psoríase e dermatites atópicas são comumente relacionadas com dano de barreira e podem levar a hiperestesia, onde a sensação de coceira tem uma intensidade aumentada, muito mais sensível e que geralmente provoca dor. Muitas citoquinas inflamatórias estão envolvidas nessas disfunções. Em pacientes com diabetes tipo I e II também é comum. A ansiedade também tem correlação com quadros onde a coceira é intensa.
· Como ocorre o estímulo que dá início a ceceira?
Legenda: A
percepção da coceira começa quando os sinalizadores endógenos (proteases) e
exógenos (fatores ambientais) ativam seus respectivos receptores. Sinais
elétricos gerados nas terminações nervosas periféricas são transmitidos ao
córtex no cérebro através da medula espinhal, resultando no reconhecimento de
coceira. (
A)
Na pele saudável, existe uma proteína denominada semaphorin-3A (Sema3A), que
inibe e repele as inervações. Mantém as fibras nervosas cutâneas sob a junção
dermo-epidérmica, evitando a sinalização da coceira.
(B) Durante os estímulos ambientais em condições agudas da pele seca, o fator de crescimento nervoso (NGF), um fator de alongamento epidérmico do nervo é proeminente e induz o alongamento das fibras nervosas cutâneas na epiderme e também promove a produção de metaloproteinase da matriz (MMP) -2 e MMP-8 nas fibras nervosas sensoriais, o que leva à penetração das fibras nervosas na membrana basal e seu crescimento. Emolientes e fosfolipídios são eficazes para aliviar a sintomas nesta fase.
(C) Na pele seca crônica que acompanha o ciclo de coceira-arranhão, como em doenças cutâneas sistêmicas ou inflamatórias, mais fibras nervosas penetram na epiderme, aumentando a sensação de coceira.
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Opções
de Tratamentos
Emolientes:
não é novidade que os emolientes melhoram a coceira através da restauração da
barreira cutânea e redução da perda de água transepidermal, portanto podemos
continuar usando esses recursos.
Glicerina, óleos vegetais,
manteigas e ácido hialurônico são as melhores opções.
Mentol:
estudo publicado demonstrou que mentol pode ser usado de 1 a 3% na redução da
sensação de coceira.
SymCalmin
É
usado como um anti-irritante / anti-coceira com propriedades anti-histamínicas.
As avenantramidas são os componentes ativos da aveia, responsáveis ??por suas
propriedades anti-inflamatórias / anti-coceira.
Sensityl
Extrato
natural derivado da classe dominante de fitoplâncton marinho, diatomáceas,
essas microalgas são encontradas em águas marinhas costeiras ou salobras em
zonas temperadas.
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