05 de novembro de 2020
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ICosmetologia
Um estudo recente realizado na Austrália e publicado no Australasian Journal of Dermatology comparou a eficácia da famosa hidroquinona versus a não tão nova cisteamina. Achei interessante porque aqui no Brasil a pelo menos 1 ano a cisteamina tem sido muito utilizada e divulgada.
Apesar do resultado, o que me chamou a atenção foi o fato que poucos participantes foram recrutados, outro tanto desistiu no meio do estudo e algumas acabaram sendo desconsiderados por motivos relacionados a aparecimento de acne, aplicação e incorreta. Uma das voluntárias aplicou cisteamina 2 vezes ao dia e apresentou reação adversa.
Além disso, apenas 2 participantes do grupo cisteamina não apresentaram queixas quanto eventos adversos, como eritema, prurido, queimação e irritação moderada. A queixa de eventos adversos foi menor no grupo que usou hidroquinona. O cheiro tambe´m foi notado pelas participantes do grupo cisteamina, como sabemos, mesmo mascarando o odor ainda pode ser percebido.
Os participantes do estudo
foram todas mulheres com histórico de melasma por pelo menos 3 meses. Foram
avaliados o score MASI das participantes, que é uma escala numérica que
determina a severidade e intensidade do melasma.
Veja abaixo a relação numérica:
· Melasma leve: 2,7 – 5,7
· Melasma moderado: 5,8 – 7,9
· Melasma severo: acima de 8
As participantes do estudo foram randomizadas para receber cisteamina ou hidroquinona. O creme com cisteamina foi aplicado e removido após 15 minutos, enquanto o creme com hidroquinona permaneceu na pele após aplicação. A orientação foi usar diariamente por 16 semanas. Os participantes ainda foram orientados a evitar exposição solar e usar protetor solar.
Ao final das 16 semanas, no
grupo cisteamina foi observado 21,3% de redução e 32% no grupo hidroquinona. Os
pesquisadores consideraram a diferença entre os dois pouco significativa, ou
seja, teoricamente, os dois ativos apresentaram redução semelhante.
Se levarmos em consideração
apenas os participantes que terminaram o estudo, excluindo os desistentes, essa
porcentagem de melhora vai para 39,1% e 33% nos grupos cisteamina e
hidroquinona, respectivamente. É isso mesmo que você acabou de ler, a
cistemanina teria melhora superior à hidroquinona.
A foto de uma das participantes
do grupo cisteamina foi bem impactante.
Podemos aprender aqui que
existem vários cuidados e orientações antes de indicar a cisteamina para
pacientes com melasma, além disso, mais estudos com mais participantes são
necessários para confirmar os achados do presente estudo. E a hidroquinona, tão
mal falada quanto a efeitos adversos, apresentou menos quando comparado a
cisteamina.
Lembrando que meus artigos são voltados para Profissionais da área da saúde, se você não é, procure um e nada de ficar se automedicando.
Abraços
Lucas
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