04 de março de 2020
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ICosmetologia
Ondas de calor que vão e voltam e suores noturnos são sintomas
que podem ser comuns tanto em mulheres que já estão na menopausa, quanto
nas que estão ainda no climatério - período de cerca de dois
anos que antecede o fim da menstruação. O chamado fogacho é um
dos sintomas mais incômodos desse período. Para quem prefere não enfrentar o
problema com reposição hormonal, os ginecologistas podem recomendar substâncias
com flavonoides, que têm efeitos semelhantes aos dos hormônios. Uma dessas
aliadas naturais é a folha da amora.
A menopausa começa, geralmente, entre os 40 e 55
anos e é o momento em que os folículos dos ovários são atrofiados e param de
produzir estrogênio, o hormônio feminino. Com isso, além da perda da
fertilidade e consequente fim da menstruação, a mulher pode experimentar uma
série de sintomas, como dores de cabeça, calores, palpitação,
irritabilidade, cansaço, queda da libido, ressecamento vaginal, mudanças na
pele e perda da massa óssea.
Nessa fase, muitas optam por repor artificialmente
esses hormônios para amenizar os sintomas, mas essa escolha pode ter efeitos
colaterais, como aumento nas chances de câncer de mama, trombose e problemas
cardiovasculares. Por isso, adeptos da ginecologia natural tentam controlar os
desconfortos com outras substâncias, especialmente as ricas em flavonoides, que
tem a capacidade de "simular" os receptores dos hormônios.
Embora ainda haja poucos experimentos sobre o
assunto com humanos, já existem evidências de benefícios da folha da amora no
combate aos calores. Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora
analisaram o uso do chá no alívio de sintomas do climatério em mulheres do
interior de Minas Gerais. O estudo teve uma baixa amostra de entrevistadas e é
preciso levar em conta o efeito placebo, mas a conclusão foi uma percepção de
melhora nos sintomas de cerca de 90%.
A ginecologista natural Debora Rosa também vê bons
resultados no uso da planta para combater os fogachos e costuma indicar para
suas pacientes: "A natureza oferece algumas plantas que são fitohormônios
e conseguem ter uma ação muito parecida com a desses hormônios femininos. A
folha da amora ainda é considerada uma erva de uso popular, com poucas
comprovações científicas. Mas na prática vemos resultados incríveis",
avalia.
Para Rosa, uma das vantagens da folha da amora é
que ela age apenas no útero: "Ela é rica em isoflavona, que, no intestino,
é metabolizada e libera substâncias ativas, agindo como o estrogênio no corpo.
Existem receptores hormonais alfa e beta. No útero temos um tipo de receptor e
na mama outro. Diferente da reposição hormonal, que age em todos, a folha da
amora age especificamente no receptor que está no utero e não na mama. Por
isso, ela não aumenta o risco de câncer de mama”, explica.
A folha pode ser consumida em forma de chá,
infusões, tintura ou em cápsulas. A recomendação deve ser feita por um médico,
dado que, para fazer efeito, algumas substâncias naturais devem ser consumida
em grande quantidade e isso pode gerar riscos de interação medicamentosa ou
sobrecarga de algum orgão a depender do histórico do paciente. Debora não
recomenda, por exemplo, a folha da amora para pacientes com questões gástricas,
como úlcera ou gastrite.
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