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A Era dos Injetáveis - E como participar desse reinado!

02 de janeiro de 2023

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ICosmetologia

A Era dos Injetáveis

Mesmo que você, esteticista, não possa aplicar preenchedor de ácido hialurônico, toxina botulínica e bioestimulador de colágeno, uma hora ou outra sua cliente vai perguntar sobre esses procedimentos. É a deixa para se mostrar atualizada e oferecer os seus serviços, para valorizar ainda mais o resultado dos procedimentos e também o seu passe

Shâmia Salem (@shamiasalem)

Não há dúvida de que estamos vivendo a era de ouro dos procedimentos injetáveis. E, vários fatores estão por trás disso. Além dos tradicionais, como menor custo em relação à cirurgia plástica, praticidade de ser feito sem tirar a pessoa da rotina e resultado rápido, quando não imediato; o dermatologista Jardis Volpe, de São Paulo, aposta que hoje os maiores impulsionadores são: o impacto das redes sociais nos desejos de beleza e a mania crônica de fazer selfies, que elevou a autocrítica a níveis extremos. Pode-se acrescentar aí a reconhecida vaidade brasileira, comprovada numa pesquisa do Instituto Gallup, que mostrou que 6 em cada 10 de nós acreditam que a aparência física é o fator mais importante para o sucesso. Uma ideia reforçada principalmente entre quem está na faixa dos 20 aos 30 anos, interessados em melhorar a aparência, esculpir novas formas no rosto e no corpo e em prevenir sinais bem antes que eles apareçam.

Também é importante lembrar que parte do sucesso dos procedimentos injetáveis se deve ao fato deles atenderem à tendência do positive aging, o envelhecimento positivo, conseguido com tratamentos que ofereçam resultados suaves e naturais. Preenchedor, toxina botulínica e bioestimulador fazem isso, mas não sozinhos, precisam também do cuidado global da pele que só o profissional de estética é capaz de oferecer. Sendo assim, entenda mais sobre esses procedimentos dermatológicos e o que você pode fazer antes e depois para que um resultado completo de rejuvenescimento.

FRASE

“Como não dá para mexer na pele da paciente logo depois dela fazer preenchimento, toxina botulínica ou bioestimulador, aproveito para oferecer tratamentos capilares e corporais. O argumento é que um rosto bem cuidado frente a mãos, pescoço e colo envelhecidos, celulite, flacidez e gordura localizada criam um contraste que desvia a atenção mais para o que não está legal do que para o cuidado que acabou de ser realizado”

Paula Chagas, esteticista, cosmetóloga, graduanda em biomedicina e especialista em saúde estética e estética avançada

campeão de procura, segundo Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

PREENCHIMENTO COM ÁCIDO HIALURÔNICO

O que é Apesar do nome, o preenchedor não só preenche as áreas que perderam volume. Ele também dá novos contornos e formas ao rosto e ao corpo. Para isso, o ácido hialurônico, que tem diversas texturas e tamanhos de moléculas, é injetado sob a pele, na região a ser tratada. E, isso pode ser feito de maneira mais superficial ou profunda, usando uma agulha pequena e fina (com anestésico tópico) ou microcânulas (e anestesia local). Ali, a substância preenche o espaço entre as células e, por sua capacidade de atrair e reter a água para o local em que foi inserida, ela ainda favorece a hidratação, dando um aspecto mais liso e uniforme à pele. Daí a explicação para suas mil e uma aplicações, entre elas dar volume aos lábios e redefinir o arco do cupido, que é um ícone de juventude; aumentar e projetar o bumbum, além de preencher os furinhos causados pela celulite grave; modelar o nariz sem plástica, podendo empinar a pontinha, disfarçar a giba, aquele calombo do dorso, ou corrigir assimetrias nas laterais.

Resultado Éimediato, mas fica melhor ainda depois de uma semana, quando o pequeno inchaço e os possíveis mini hematomas já desapareçam por completo. “Por isso o preenchimento virou o curinga dos médicos que precisam aplacar a ansiedade e o imediatismo da paciente que quer sair transformada do consultório já na primeira consulta”, conta a dermatologista Tatiana Mattar, de São Paulo.

Hora e vez da estética “Para valorizar o resultado do preenchimento a pele precisa estar limpa, hidratada e iluminada. Por isso, recomendo fazer uma boa higienização profissional até sete dias antes do preenchedor, para dar tempo da pele se regenerar das extrações de cravos. Se a cliente tiver tempo, 30 dias antes sugiro fazer peeling, ultrassom microfocado ou microagulhamento com drug delivery, para fechar os poros, dar uma boa clareada e tonificada no rosto”, diz a esteticista e cosmetóloga Paula Chagas, graduanda em biomedicina e especialista em saúde estética e estética avançada, de Uberaba (MG).

2º procedimento mais buscado

TOXINA BOTULÍNICA

O que é Um estudo recente mostrou que quem aplica toxina botulínica com regularidade envelhece mais devagar. A explicação: a substância relaxa os músculos, evitando que eles se contraiam quando a pessoa fala, sorri, faz cara de brava ou de surpresa. “Esses movimentos todos criam marcas na pele, e, com a repetição, se transformam em linhas de expressão, rugas e sulcos.  Na prática, além de prevenir que essas marcas apareçam, quando elas finalmente se instalam, a toxina não permite que se aprofundem tão cedo nem que o envelhecimento seja agressivo”, esclarece a dermatologista Tatiana Mattar. Segundo ela, dependendo da técnica de aplicação, você ainda pode fazer com que a toxina deixe a expressão mais leve e descansa e até que ela trabalhe a seu favor. Fazendo, por exemplo, com que o músculo do pescoço pare de puxar a pele para baixo e fique mais resistente à ação da gravidade e pareça mais fino. Um método batizado como Nefertiti, a deusa egípcia dona de um sedutor pescoço longo e liso. Além dessa, há tantas outras aplicações faciais e corporais da toxina, como na virilha, para diminuir o suor e consequentemente o odor; e nas sobrancelhas, para levantar a cauda, abrir e rejuvenescer o olhar quando só a micropigmentação não é suficiente. “Sobre o risco de ficar com a expressão congelada, não há quando o médico traça um plano individualizado e personalizado para cada pessoa, levando em conta seu tipo de rosto, seu grau de envelhecimento, o modo como ela se expressa e a imagem que quer passar. Para que a toxina valoriza quem ela é, só que numa versão melhorada”, diz a dermatologista Carla Campos, de São Paulo.

Resultado A toxina começa a fazer efeito depois de sete a 14 dias, e pode se prolongar entre três e seis meses, diminuindo gradativamente. A menor ou maior durabilidade vai depender de uma série de fatores, geralmente sendo menor entre quem pratica atividade física intensa e fuma.

Hora e vez da estética  É importante entender que ninguém quer apenas relaxar os músculos; também deseja ter uma pele bem tratada, limpa e com aspecto de saudável, macia, lisinha, iluminada. E, isso sempre começa por uma boa limpeza profissional. A esteticista e cosmetóloga Paula Chagas é adepta da higiene um mês antes do grande dia, para dar tempo de também oferecer protocolos que estimulem o colágeno, a hidratação e o clareamento, coisas que a toxina não faz. Entre os que ela mais tem sucesso estão a criofrequência, que promove efeito lifting ao contrastar frio e quente, o ultrassom microfocado, o microagulhamento com drug delivery, mix de máscaras com LED e peeling.

3º injetável mais pedido

BIOESTIMULADOR DE COLÁGENO

O que é  Está aí outro procedimento cujo nome não faz jus a tudo o que ele tem para oferecer. “Ao ser injetado na pele do rosto ou do corpo, o bioestimulador provoca uma inflamação local controlada, suficiente para estimular os fibroblastos a aumentarem a produção de colágeno. Daí a explicação para a melhora da densidade e da firmeza cutânea sem mudar as proporções do rosto e dando um leve volume ao corpo. Tudo isso com a vantagem de a substância ser biocompatível e biodegradável, o que significa que ela será degradada e eliminada do organismo, permanecendo na área apenas o colágeno que foi sintetizado”,destaca a dermatologista Juliana Sarubi, de Belo Horizonte (MG). “Isso ajuda a entender porque o bioestimulador se tornou o tratamento padrão-ouro na prevenção, já por volta dos 30 anos de idade, para retardar o envelhecimento natural bem como a perda de colágeno, que gira em torno dos 5% nessa fase da vida, tende a aumentar a partir dos 40 e ainda mais significativamente depois da menopausa”, completa a dermatologista Valéria Campos, de Jundiaí (SP), pós-graduada pela Universidade de Medicina de Harvard e com passagem pelo Massachussets General Hospital, nos Estados Unidos. Segundo ela, o bioestimulador tem várias facetas, podendo ser usado para resolver o umbigo triste, típico de quem teve bebê ou emagreceu muito, eliminar rugas acima dos joelhos, devolver a firmeza ao músculo do tchau e alisar os furinhos da celulite grave. Também é ótima pedida para manter a pele do queixo firme e no lugar por mais tempo, evitando a papada, e até para recuperar a espessura e o volume dos grandes lábios – sim, assim como acontece no rosto, a pele da região íntima perde colágeno com o passar do tempo e afina, deixando os pequenos lábios menos protegidos e causando incômodo ao usar roupas justas ou andar de bicicleta.

Resultado Uma vez injetado, o bioestimulador leva cerca de 30 dias para apresentar os primeiros efeitos, que vão melhorando gradativamente e duram por cerca de dois anos.

Hora e vez da estética Antes de introduzir qualquer substância na pele, é imprescindível que ela esteja limpa. Daí a recomendação de fazer uma higiene profissional pelo menos uma semana antes do bioestimulador. “Cerca de um mês antes, sugiro realizar um protocolo que melhore a qualidade cutânea, não só no quesito hidratação e clareamento, mas também de redução de linhas de expressão. Afinal, o bioestimulador vai levar um mês para dar seus primeiros resultados. Quem aguenta esperar tanto? Para isso, boas opções são máscaras de tratamento, criofrequência, ultrassom microfocado ou microagulhamento com drug delivery”, lista a esteticista e cosmetóloga Paula Chagas.

“Injetáveis” para quem não pode usar agulhas

A intradermoterapia pressurizada está aquecendo ainda mais o mercado de beleza. “Não poderia ser diferente, já que essa nova técnica atende profissionais que não têm capacitação para realizar procedimentos injetáveis, mas querem oferecer resultados ainda mais efetivos em seu espaço terapêutico. A pressurização também surge como opção para clientes que não podem ou não querem realizar tratamentos com agulha”, destaca o mestre em ciência da saúde e farmacêutico especializado em estética Rafael Ferreira, que tem MBA em cosmetologia e é coordenador do 1º Congresso Internacional de Saúde Estética Minimamente Invasiva, o CISEMI, da Estética In, que estreará em 2021.

Concorda com ele a farmacêutica Fernanda Sanches, cosmetóloga e diretora científica da Cosmobeauty e da Biomarine. “Junte a todos esses benefícios a vantagem da intradermoterapia pressurizada permitir uma entrega mais assertiva dos ativos, que agem por dispersão, atuando por cerca de 2 cm ao redor da área em que são aplicados contra a introdução pontual da agulha. Isso acontece com as mais de nove mesclas diferentes que desenvolvemos com o olhar para a intradermoterapia pressurizada”, diz ela, que complementa: “Dois que têm se destacado são o que a atua como uma toxina botulínica da estética, já que seus ativos diminuem a contração muscular, sendo uma boa pedida para quem já faz a toxina convencional e quer uma manutenção ou não faz mas busca tratamento antirrugas; e o que trabalha o lifting da região do nariz e a projeção do queixo a partir da combinação de dez ácidos hialurônicos diferentes, oferecendo volume similar ao do preenchimento tradicional e efeito prolongado”, completa Fernanda Sanches.

Para que tanto a pressurização quanto os procedimentos injetáveis sejam realizados com segurança, é fundamental preparar a pele antes. “Ela precisa estar bem nutrida e com boa sustentação. Caso contrário, se ela estiver desvitalizada, por exemplo, não vai segurar a toxina botulínica, e o ácido hialurônico do preenchimento vai ser todo sugado, saindo do local onde foi injetado. E o comentário vai ser que o profissional fez tudo errado e usou produtos de má qualidade”, alerta a bacharel em estética, biomédica e palestrante Alexandra Vicentini, proprietária da Maison Curvas, em Sertãozinho (SP), que segue o seguinte planejamento: “Sempre que possível, começo pedindo exames de saúde para saber como está o organismo da paciente e quais nutrientes ela precisa suplementar, inclusive para garantir que o colágeno oral que vou prescrever fará o efeito desejado. Na sequência, faço o skinbooster, usando uma mescla à base de silício, vitamina C, colágeno, DMAE e demais ativos que a pele precisa. Dependendo da pele e do quanto a cliente quer investir nela, sugiro que uma semana depois ela trabalhe a sustentação cutânea com ultrassom microfocado, microagulhamento ou peeling. Se ela optar por pelos dois últimos, já após 15 dias pode realizar a intradermoterapia pressurizada, o bioestimulador de colágeno, a toxina botulínica ou preenchedor. Mas, se fizer ultrassom microfocado, é melhorar esperar 30 dias”, completa a biomédica Alexandra Vicentini.

Seguindo essa mesma linha da segurança, a farmacêutica, bioquímica e cosmetóloga Dra. Joyce Rodrigues, CEO da Mezzo Dermocosméticos, reforça que os dermocosméticos usados na intradermoterapia pressurizada trazem uma tecnologia inovadora. “Eles vêm em monodoses e são 100% estéreis. E, para nos certificar como eles agem dentro da pele e se realmente podem ser utilizados não só na intradermoterapia pressurizada, mas também no microagulhamento, em procedimentos com agulha e até com cânula, todos os nossos produtos passam por estudos rigorosos, alguns até com publicação científica. Tanto é que 90% da nossa linha já está aprovada para ser adotada em multiprocedimentos, entre eles os bioestimuladores de colágeno para o rosto, o liporredutor corporal e as monodoses para estrias. Esse número tende a aumentar porque nosso objetivo é manter um padrão de qualidade e segurança como o da indústria farmacêutica, para que possamos elevar o setor da estética a outro patamar”, afirma a Dra. Joyce Rodrigues, farmacêutica, bioquímica, cosmetóloga e CEO da Mezzo Dermocosméticos.

CONGRESSO DE INJETÁVEIS! Já está confirmado: em 2021, a Estética In fará o 1º Congresso Internacional de Saúde Estética Minimamente Invasiva, o CISEMI. “Com a estética tendo mais essa ampliação, a indústria vendo o potencial de crescimento nesse cenário, antes dominado pelas farmácias de manipulação estéreis, e as normas no Brasil limitando um pouco a atuação do esteticista e do fisioterapeuta, muitos deles estão migrando para uma segunda graduação, nas áreas de farmácia, odontologia, enfermagem ou biomedicina. Mas, se eles já têm essa formação, por que não oferecer a esses profissionais condições de trabalho dentro dos procedimentos minimamente invasivos? Sendo a maior feira do setor na América Latina, não poderíamos deixar de dar suporte a esse chamado. Daí a ideia de criar o CISEMI. E já temos grandes parceiros nessa jornada, como a Adcos, a Cosmobeauty e a Mezzo Dermocosméticos”, conta o coordenador do evento, o mestre em ciências da saúde e farmacêutico especializado em estética Rafael Ferreira, eleito o melhor profissional de estética pela Estética Business Awards.

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