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Ácido Tranexâmico e Mitocôndrias

Mais um ponto para o ácido tranexâmico. Uma recente publicação na Revista Científica Photochemistry and Photobiology feita por pesquisadores da Indonésia demonstrou o potencial do ácido tranexâmico em ser utilizado em produtos anti-idade graças a sua ação na modulação de proteínas mitocondriais como a PGC1α, Tom20 e COX IV, que afetam a estrutura da pele quando estão desreguladas.

 

Eu já havia gravado vídeos e feito outras publicações sobre o ácido tranexâmico. Vale lembrar que como despigmentante ele já é consagrado e como anti-idade eu já ensino nas minhas aulas que ele aumenta a expressão da proteína LC3-II e como consequência temos um aumento no processo de autofagia celular.


O que é autofagia?

 

Esse processo ocorre quando nossas células eliminam o chamado vulgarmente “lixo celular”, ou seja, proteínas oxidadas que atrapalham os processos metabólicos intracelulares. Nestes casos, o lixo celular é englobado por vesículas especializadas e os lisossomos são recrutados pelas proteínas LC3-II para clivar as macromoléculas. Portanto o ácido tranexâmico, sendo um aumentador da expressão da LC3-II, acaba contribuindo para o processo de autofagia.

 

Nova evidências

 

Nesta nova publicação trinta ratos machos foram divididos em 5 grupos (controle negativo, controle positivo, tranexâmico 3%, 4% e 5%). Após 10 dias, 4 grupos de camundongos foram expostos à luz UVB, dos quais 3 grupos receberam creme com tranexâmico por 10 semanas. Foram avaliadas alterações histológicas na espessura  da epiderme e elastose dérmica. O tratamento com tranexâmico na pele de camundongos aumentou os níveis de marcador mitocondrial e a espessura epidérmica, ao mesmo tempo em que diminuiu a elastose dérmica em todos os grupos de tratamento. A aplicação tópica de tranexâmico aumentou significativamente a biogênese mitocondrial que pode causar alteração na espessura da epiderme e redução da elastose dérmica na histologia da pele de camundongos.

 

Muitos alunos me perguntam qual a concentração ideal do tranexâmico e baseado nas evidências que temos, podemos indicar em clínica 0,5% quando associado com microagulhamento e de 3-5% em cremes homecare. Essa associação com microagulhamento já foi comprovada em estudo de 2017 e pode ser feita uma vez por semana durante 12 semanas. 

 

Mais do que um simples clareador

 

A partir de agora fico mais seguro em indicar o tranexâmico em combinações com ativos anti-idade, principalmente com os vários boosters mitocondriais que abordei no post sobre Mitofagia, vale a pena a leitura. 


Abraços a todos e espero ter contribuído para a atualização dos colegas da estética e cosmetologia.